Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual
Quando tratamos do termo ESPIRITUALIDADE, somos levados a uma compreensão equivocada ao relacionarmos a algo específico e isolado de tudo que envolve nosso viver: nossa história cotidiana, nosso agir, nossos sonhos e ideais, as querelas e desafios da vida. Daí importante avançar para uma visão mais específica, que envolve termos a compreensão de que espiritualidade comporta em si um conjunto de princípios e práticas, um modo de viver que permeia a vida de uma pessoa ou de um grupo de pessoas referido ao divino, ao transcendente. Ademais, importa atribuirmos à vida no Espírito aquilo que se acredita, assim como as diferentes maneiras pelas quais se experimenta a transcendência, o modo segundo o qual a vida é concebida e vivida concretamente.
Além disso, saibamos que espiritualidade não contradiz à corporeidade, isto é, não leva a uma oposição entre espírito e matéria, entre alma e corpo, entre amor e sexualidade, mas nos leva a uma compreensão bem ampla da mesma, visto que todas as coisas criadas têm sua origem divina, como nos atesta o relato bíblico. Não podemos imaginar que espiritualidade é um sair da realidade, um tempo que damos para Deus e outro para nós, mas sim uma mentalidade que permeia todo nosso ser a partir de um olhar diferente dos acontecimentos cotidianos, dos valores que vamos assumindo e que transformam nossa vida, nossas atitudes, nossa mentalidade… “Não vos amoldeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para discernirdes a vontade de Deus; o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito”. (Rm 12,2).
MONDONI, Danilo. Teologia da espiritualidade cristã. São Paulo: Loyola, 2000.
CONTE, Hildo. A vida no amor – o sentido espiritual do eros. Petrópolis: Vozes, 2001.
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