“TUA PALAVRA É ASSIM NÃO PASSA POR MIM SEM DEIXAR UM SINAL” (Pe Zezinho).

O milagre de hoje reflete simbolicamente a condição humana diante de suas limitações físicas e espirituais. Representa aqueles que estão isolados da verdade divina, incapazes de ouvir e comunicar-se plenamente com Deus e com o próximo. A ação de Jesus ao tocar os ouvidos e a língua do homem revela que a transformação espiritual e o acesso à salvação não podem ser alcançados por esforço humano, mas exigem a graça e o poder de Deus para abrir os corações à comunhão plena com o Criador..

  1. Iniciar com a saudação à Santíssima Trindade
  2. Is 35,4-7a: (fazer somente a leitura)
  3. Sl 144(145),17-18.19-20.21 (R. 18a): (fazer somente a leitura)
  4. Tg 2,1-5: (fazer somente a leitura)
  5. Momento de silêncio

LER O EVANGELHO:  Marcos 7,31-37

(ler o texto em voz alta e depois uma leitura silenciosa)

  1. O que as pessoas pediram a Jesus em favor do cego que trouxeram até Ele?
  2. Quais os gestos físicos que Jesus usou para curar o homem surdo?
  3. O que Jesus ordenou que não contassem nada ao povo?
  4. Admirados do acontecimento o que diziam de Jesus?
  • QUAIS PALAVRAS E AÇÕES ME CHAMARAM ATENÇÃO NO TEXTO?

Momento de silêncio

Oração: feche os olhos, silencie, respire e faça lentamente a Oração ao Espírito Santo… Vinde Espírito Santo, enchei…

MEDITAR

(O que texto diz para mim?)

  1. Como eu percebo a meus limites humanos e espirituais diante das realidades da vida?
  2. Tenho facilidade de confiar em que algo “invisível”, como a fé, pode curar e transformar?
  3. Sou sensível a ponto de perceber os pequenos “milagres” na vida cotidiana?

ORAÇÃO

Escolha um momento e faça sua oração de confiança na Palavras do Senhor.

CONTEMPLAÇÃO (momento de refletir em silêncio).

“O Verbo de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, por sua incomensurável misericórdia, se fez o que somos, para nos conduzir a ser o que Ele é.” (Santo Irineu de Lyon, Adversus Haereses).

COMPROMISSO

De que forma expresso abertura à ação transformadora de Deus.” (escreva no seu diário espiritual).

  • Pai-Nosso, Ave-Maria
  • Benção
  • Canto final ou refrão meditativo.

LEITURA ESPIRITUAL

Trouxeram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse as mãos. Contudo, Jesus faz vários gestos sobre ele: antes de tudo, levou-o para um lugar apartado, distante da multidão. Nessa ocasião, assim como noutras, Jesus age sempre com discrição. Não quer impressionar o povo, não está à procura da popularidade nem do sucesso, mas só deseja fazer o bem às pessoas. Com esta atitude, Ele ensina-nos que o bem deve ser praticado sem clamores, sem ostentação, sem “tocar a trombeta”. Deve ser praticado em silêncio.

Depois de se ter afastado, Jesus pôs os dedos nos ouvidos do surdo-mudo e tocou a sua língua com a saliva. Este gesto remete para a Encarnação. O Filho de Deus é um homem inserido na realidade humana: fez-se homem, e, portanto, pode compreender a condição dolorosa de outro homem e intervém com um gesto no qual está envolvida a própria humanidade. Ao mesmo tempo, Jesus quer fazer entender que o milagre se realiza por causa da sua união com o Pai: por isso, elevou os olhos ao céu. Depois, emitiu um suspiro e pronunciou a palavra decisiva: «Efatá», que significa “Abre-te!”. E imediatamente o homem ficou curado: os ouvidos abriram-se-lhe, a língua libertou-se-lhe. A cura foi para ele uma «abertura» aos outros e ao mundo.

Esta narração do Evangelho ressalta a exigência de uma dúplice cura. Antes de tudo, a cura da doença e do sofrimento físico, para restituir a saúde do corpo; embora esta finalidade não seja completamente alcançável no horizonte terreno, não obstante tantos esforços da ciência e da medicina. Contudo, há uma segunda cura, talvez mais difícil, e trata-se da cura do medo. A cura do medo que nos impele a marginalizar o enfermo, a marginalizar o sofredor, o deficiente. E existem muitos modos de marginalizar, até mediante uma pseudopiedade, ou eliminando o problema; permanecemos surdos e mudos diante das dores das pessoas marcadas por doenças, angústias e dificuldades. Demasiadas vezes o enfermo e o sofredor tornam-se um problema, enquanto deveriam ser ocasião para manifestar a solicitude e a solidariedade de uma sociedade em relação aos membros mais frágeis.

Jesus revelou-nos o segredo de um milagre que também nós podemos repetir, tornando-nos protagonistas do «Efatá», daquela palavra “Abre-te!” com a qual Ele restituiu a palavra e a audição ao surdo-mudo. Trata-se de nos abrirmos às necessidades dos nossos irmãos sofredores e necessitados de ajuda, evitando o egoísmo e o fechamento do coração. É precisamente o coração, ou seja, o núcleo profundo da pessoa, que Jesus vem «abrir», libertar, para nos tornar capazes de viver plenamente a relação com Deus e com o próximo. Ele fez-se homem porque o homem, que o pecado tornou interiormente surdo e mudo, possa ouvir a voz de Deus, a voz do Amor que fala ao seu coração e assim, por sua vez, aprenda a falar a linguagem do amor, traduzindo-a em gestos de generosidade e de doação de si mesmo.

(Papa Francisco, Angelus, 09 de setembro de 2018).

Organização:

Pe. William Santos Vasconcelos

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