“CONFIANÇA INABALÁVEL”

LER

MARCOS 10,46-52

“Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10,47).

O Evangelho de hoje nos lembra de nossas próprias necessidades: todos nós, em algum nível, somos Bartimeu, vivendo à beira de nossas próprias dores e dificuldades. Assim como ele, talvez muitas vezes sintamos que estamos à margem da sociedade, incompreendidos e invisíveis. Ao gritar por Jesus, Bartimeu nos ensina sobre a coragem de expor nossa vulnerabilidade e buscar ajuda, apesar das vozes que tentam silenciá-lo.

(Pe William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

1. O que chama atenção no texto?

2. Onde, em minha vida, eu me sinto como Bartimeu, necessitando de cura, luz e direção?

CONTEMPLAR

Imagine-se aos Seus pés, ouvindo Suas palavras de amor e compaixão: “Vai, a tua fé te salvou”.

COMPROMISSO

Reconheça que a vida inclui desafios e, mesmo assim, escolher encará-los com coragem e determinação.(Escreva no seu diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Filho de David, Jesus, tem piedade de mim!”. Façamos hoje esta oração. E perguntemo-nos: “Como está a minha oração?”. Cada um de nós se pergunte: “Como vai a minha oração?”. É corajosa, tem a boa insistência de Bartimeu, sabe “alcançar” o Senhor que passa, ou contenta-se em dar-lhe uma saudação formal de vez em quando, quando me lembro? Essas orações tíbias não ajudam minimamente. Ou então: a minha oração é “substanciosa”, expõe o meu coração diante do Senhor? Apresento-lhe a história e os rostos da minha vida? Ou é anémica, superficial, constituída por rituais sem afeto nem coração? Quando a fé está viva, a oração é sentida: não mendiga tostões, não se reduz às necessidades do momento. A Jesus, que tudo pode, deve ser pedido tudo. Não vos esqueçais disto. A Jesus que tudo pode, deve-se pedir tudo, com a minha insistência perante Ele. Ele não vê a hora de derramar a sua graça e alegria nos nossos corações, mas infelizmente somos nós que mantemos a distância, talvez por timidez, ou preguiça ou incredulidade.

Muitos de nós, quando rezamos, não acreditamos que o Senhor possa fazer um milagre. Lembro-me da história – que constatei – daquele pai a quem os médicos disseram que a sua filha de nove anos não superaria aquela noite; estava no hospital. Ele, de autocarro, percorreu setenta quilómetros até ao santuário de Nossa Senhora. Estava fechado e ele, agarrado ao portão, passou a noite inteira a rezar: “Senhor, salva-a! Senhor, dá-lhe a vida!”. Rezava a Nossa Senhora, toda a noite, gritando a Deus, gritando do coração. Depois, de manhã, quando regressou ao hospital, encontrou a sua esposa a chorar. E pensou: “Morreu”. E a esposa disse: “Não se entende, não se entende, os médicos dizem que é uma coisa estranha, parece que sarou”. O grito daquele homem que pedia tudo foi ouvido pelo Senhor que lhe deu tudo. Isto não é uma história: eu mesmo presenciei isto, na outra diocese. Temos esta coragem na oração? Àquele que nos pode dar tudo, peçamos tudo, como Bartimeu, que foi um grande mestre, um grande mestre de oração. Ele, Bartimeu, seja para nós um exemplo com a sua fé concreta, insistente e corajosa. E que Nossa Senhora, Virgem orante, nos ensine a dirigirmo-nos a Deus de todo o coração, na confiança de que Ele ouve atentamente cada oração.

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(Papa Francisco, Homilia de 24/10/2021).

Bom domingo para você e sua família!