“VIGIAR E ORAR”

LER

Lucas 21,25-28.34-36

“Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21,36).

O Evangelho de hoje, nos convida a uma vida mais plena, onde a oração e a vigilância são ferramentas essenciais para a construção de uma força interior capaz de nos sustentar, de nos manter firmes e de nos preparar para sabermos enfrentar os desafios do mundo presente com entusiasmo e confiança, e por fim, nos apresentar diante do Filho do Homem com uma alma preparada e fortalecida, certo de termos cumprido com a missão que o Senhor a nós confiou.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

1. Quais são as “redes” que me prendem e impedem de seguir a Jesus de forma plena?

2. Qual é a minha missão na Igreja?

CONTEMPLAR

Coloque-se no cenário do Evangelho imaginando Jesus convidando-lhe para segui-lo e enviando você para uma missão na sua família, no seu trabalho e na sua Comunidade.

COMPROMISSO

Como está minha disposição para ser testemunha do Evangelho de Cristo? (Escreva no seu diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Hoje começa o Advento, o tempo litúrgico que nos prepara para o Natal, convidando-nos a elevar o olhar e abrir o coração para receber Jesus. No Advento não vivemos unicamente a expetativa do Natal; somos convidados também a despertar a expetativa da vinda gloriosa de Cristo — quando, no fim dos tempos, Ele há de voltar — preparando-nos para o encontro final com Ele, mediante escolhas coerentes e corajosas. Recordamos o Natal, esperamos a vinda gloriosa de Cristo e inclusive o nosso encontro pessoal: o dia em que o Senhor chamará. Durante estas quatro semanas, somos chamados a abandonar um modo de viver resignado e habitudinário, e a sair alimentando esperanças, nutrindo sonhos para um novo futuro. O Evangelho deste domingo (cf. Lc 21, 25-28.34-36) vai precisamente nesta direção, alertando-nos a não nos deixarmos oprimir por um estilo de vida egocêntrico, nem pelos ritmos frenéticos dos dias. Ressoam particularmente incisivas as palavras de Jesus: «Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe repentinamente […] Vigiai, pois, em todo o tempo e orai» (vv. 34.36).

Vigiar e rezar: eis como viver este tempo, a partir de hoje até ao Natal. Vigiar e rezar! O sono interior nasce do girar sempre em volta de nós mesmos e do permanecer sitiados no fechamento da própria vida, com os seus problemas, as suas alegrias e as suas dores, mas girar sempre ao nosso redor. E isto é cansativo, aborrece, fecha à esperança. Encontra-se aqui a raiz do torpor e da indolência dos quais o Evangelho fala. O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de nós mesmos, ampliando a mente e o coração, para nos abrirmos às necessidades das pessoas, dos irmãos, ao desejo de um mundo novo. É o desejo de muitos povos martirizados pela fome, pela injustiça e pela guerra; é o desejo dos pobres, dos frágeis, dos abandonados. Este tempo é oportuno para abrirmos o nosso coração, para fazermos perguntas concretas sobre como e por quem despendemos a nossa vida.

A segunda atitude para viver bem o tempo da expetativa do Senhor é a oração. «Reanimai-vos e levantai as vossas cabeças, porque se aproxima a vossa libertação» (v. 28), admoesta o Evangelho de Lucas. Trata-se de nos erguermos e de rezarmos, dirigindo os nossos pensamentos e o nosso coração a Jesus, que está prestes a chegar. Levantamo-nos quando esperamos algo ou alguém. Nós aguardamos Jesus, queremos esperar na oração, que está estreitamente ligada à vigilância. Rezar, esperar Jesus, abrir-se aos outros, ser vigilantes, não nos fecharmos em nós mesmos. Mas se pensarmos no Natal num clima de consumismo, de ver o que posso comprar para fazer isto e aquilo, de festa mundana, Jesus passará e não o encontraremos. Esperamos Jesus e queremos esperá-lo na oração, que está estreitamente ligada à vigilância.

(Papa Francisco, Angelus, 02/12/2018).

Bom domingo para você e sua família!