“SUPERANDO O MEDO COM FÉ”

LER

Marcos 4,35-41

“Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”” (Mc 4,40).

O Evangelho nos leva a entender que o medo é uma emoção que nos impede de ver e sentir a presença de Deus quando surgem as adversidades, a ponto de algumas vezes nos perguntamos se Deus não vê nosso sofrimento, não nos deixa perceber o quanto algumas pessoas, que estão ao nosso lado, nos ama, nos faz companhia; o medo, muitas das vezes, nos faz desistir dos projetos e sonhos que abraçamos.

A resposta de Jesus, no entanto, não é uma simples repreensão, mas um convite à confiança: “Por que sois assim tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (Mc 4,40). O questionamento de Jesus não é um julgamento, mas um chamado à reflexão sobre nossa confiança em Deus, perceber as coisas boas que acontecem ao nosso redor, que somos importantes para as pessoas.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

  1. Em que momentos da minha vida eu também fiquei tomado(a) pelo medo, mesmo sabendo que Deus está comigo?
  2. O que Jesus quer ensinar com essa pergunta sobre fé e medo?

CONTEMPLAR

Permita que a paz de Cristo acalme nossas tempestades internas, assim como Ele acalmou a tempestade do mar.

COMPROMISSO

Como posso confiar em Deus nas dificuldades, não deixando que o medo domine minha vida? (Escreva no seu diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Hoje podemos perguntar-nos: quais são os ventos que se abatem sobre a minha vida, quais são as ondas que impedem a minha navegação e colocam em perigo a minha vida espiritual, a minha vida familiar, inclusive a minha vida psíquica? Digamos tudo isto a Jesus, contemos-lhe tudo. Ele deseja isto, quer que nos apeguemos a Ele para encontrar abrigo contra as ondas anómalas da vida. O Evangelho narra que os discípulos se aproximam de Jesus, que o acordam e falam com Ele (cf. v. 38). Eis o início da nossa fé: reconhecer que sozinhos não somos capazes de permanecer à tona, que precisamos de Jesus, como os marinheiros das estrelas para encontrar a rota. A fé começa quando acreditamos que não somos autossuficientes, quando nos sentimos necessitados de Deus. Quando vencemos a tentação de nos fecharmos em nós próprios, quando superamos a falsa religiosidade que não quer incomodar Deus, quando clamamos a Ele, Ele pode fazer maravilhas em nós. É a força suave e extraordinária da oração, que faz milagres.

Suplicado pelos discípulos, Jesus acalma o vento e as ondas. E faz-lhes uma pergunta, uma interrogação que também nos diz respeito: «Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?» (v. 40). Os discípulos deixaram-se surpreender pelo medo, pois tinham fixado mais as ondas do que Jesus. E o medo leva-nos a olhar para as dificuldades, para os problemas graves e não para o Senhor, que muitas vezes dorme. Acontece o mesmo conosco: quantas vezes olhamos para os problemas, em vez de ir ter com o Senhor para depor nele as nossas preocupações! Quantas vezes deixamos o Senhor num canto, no fundo do barco da vida, para o acordar apenas no momento da necessidade! Hoje peçamos a graça de uma fé que não se canse de procurar o Senhor, de bater à porta do seu Coração. A Virgem Maria, que na sua vida nunca deixou de confiar em Deus, volte a despertar em nós a necessidade vital de nos confiarmos a Ele todos os dias.

(Papa Francisco, Angelus, 13/06/2021).

Bom dia para você e sua família!