“MISERICÓRDIA”

LER

Mateus 12,1-8

“Quero a misericórdia e não o sacrifício” (Mt 12,7).

O Evangelho de hoje nos propõe uma reflexão profunda sobre nossa vida, nossa relação com Deus e nossa maneira de como vivemos no mundo. As normas, as leis não podem ser um fardo, mas estarem a serviço da vida; precisam ser um caminho para a liberdade, e a verdadeira liberdade se encontra no relacionamento autêntico com Deus, onde a misericórdia e a graça prevalecem. Ao escolhermos viver com misericórdia, compreendemos que nossa existência ganha mais significado e somos libertos de tudo aquilo que nos aprisiona.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).

MEDITAR

  1. Como as normas e leis podem servir à vida e à liberdade, ao invés de se tornarem um fardo?
  2. De que forma a misericórdia pode transformar nossa relação com Deus e nos libertar do que nos aprisiona?

COMPROMISSO

Como posso praticar a misericórdia em minhas ações diárias, buscando agir com empatia e compaixão, tanto com os outros quanto comigo mesmo? (escreva no seu Diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

O passo de Jesus deste mundo para o Pai abrange, em uma unidade estreitíssima, paixão e ressurreição: é através de sua paixão que Jesus chegou à glória da ressurreição. Paixão e passo estão unidos entre si; a Páscoa cristã é um transitus per passionem: um passo através da paixão. Mas há uma síntese mais importante: a que se dá entre a Páscoa de Deus e a Páscoa do homem. Como se dá essa síntese na nova definição da Páscoa? Em Jesus, os dois protagonistas da Páscoa — Deus e o homem — deixam de aparecer como alternativos ou justapostos e se tornam um só, pois, em Cristo, a humanidade e a divindade são uma mesma pessoa. O autor e o destinatário da salvação se encontraram; a graça e a liberdade se beijaram. Nasceu a «nova e eterna aliança»; eterna, porque agora ninguém poderá separar os dois antagonistas, que, em Cristo, se tornaram uma só pessoa.

Com tudo isso, resta uma dúvida a ser dissipada: então, é só Jesus quem realiza a Páscoa? É só ele quem passa deste mundo para o Pai? E nós? O passo de Jesus não é um passo solitário, mas um passo coletivo, de toda a humanidade, para o Pai. Na Páscoa nasceu a Igreja, corpo místico de Cristo, como espiga crescida no sepulcro de Cristo. Em consequência, todos já passamos, com Cristo, para o Pai e «nossa vida já está escondida com Cristo em Deus» (cf. Cl 3,3); no entanto, todos devemos ainda passar. Já passamos in spe e in sacramento, em esperança e pelo batismo, mas devemos passar na realidade da vida cotidiana, imitando sua vida e, sobretudo, seu amor.

(R. Cantalamessa, Il mistero pasquale, Milão 1985, pp. 19-21).

Bom dia para você e sua família!