“CRISTO LIBERTA PARA REERGUER O QUE O MEDO CURVOU”
LER
Lucas 13,10-17
“Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” (Lc 13,16).
No Evangelho de hoje Jesus revela que a verdadeira liberdade é interior. A mulher curvada simboliza todos nós quando nos deixamos prender por culpas, medos e dores que nos afastam do amor. Cristo não se conforma com vidas oprimidas, nem com leis que impedem o amor de agir. Ele nos convida a levantar a cabeça, a recomeçar, a reencontrar a dignidade que nasce do coração livre. Em cada gesto de compaixão, Ele nos cura e nos devolve a vida.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).
MEDITAR
- O que hoje me mantém “curvado”, impedindo-me de olhar para o alto?
 - Tenho permitido que o amor de Cristo me liberte das prisões internas?
 
COMPROMISSO
Realize hoje um gesto concreto de libertação — perdoar alguém, acolher uma fraqueza, ou aliviar o peso de quem sofre. (escreva no seu Diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
O Concílio Vaticano II falou sobre a liberdade, referindo-a a muitas coisas. Liberdade é uma palavra mágica. Deve ser estudada com séria e serena diligência, se não quisermos apagar a luz e convertê-la em um termo de confusão equívoca e perigosa […]. Simplificando bastante a imensa e complexa matéria relativa à liberdade, podemos observar, em primeiro lugar, que o Concílio não descobriu nem inventou a liberdade. Ele reivindicou para a consciência pessoal seus direitos inalienáveis, os sustentou com a magnífica teologia do Novo Testamento e os proclamou para todos no âmbito da sociedade civil. Ou seja, sustentou, além da existência, o exercício da liberdade em duas direções principais: a direção pessoal, admitindo um alto grau de autonomia para todo ser humano, reconhecendo seu domínio sobre a consciência, regra próxima e indeclinável da ação moral, por isso tanto mais necessitada de ser iluminada pela verdade e sustentada pela graça, quanto mais tende a se determinar por si mesma; e a direção social, exigindo uma verdadeira e pública liberdade religiosa, em um clima, no entanto, de respeito aos direitos do outro e da ordem pública, e sustentando o “princípio da subsidiariedade”, que, em uma sociedade bem organizada, visa deixar a maior liberdade possível para as pessoas e para os entes subalternos, e fazer obrigatório apenas o que é necessário para um bem importante, que não pode ser alcançado de outra forma e, em geral, para o bem comum.
A mentalidade favorecida pelos ensinamentos do Concílio leva o jogo da liberdade […] ao foro interno da consciência; portanto, tende a temperar a ingerência da lei exterior, mas tende a aumentar a da lei interior, a da responsabilidade pessoal, a da reflexão sobre os deveres supremos do homem […]. Agora, devemos ser conscientes ao mesmo tempo de que nossa liberdade cristã não nos exime da lei de Deus, em suas exigências supremas de sensatez humana, de seguimento evangélico, de ascetismo penitencial e de obediência à ordem comunitária própria da sociedade eclesial. A liberdade cristã não é carismática, no sentido arbitrário que hoje alguns se arrogam: “Sois livres, mas não useis a liberdade como pretexto para o mal, mas para servir a Deus” (1 Pd 2,16).
(Paulo VI, Discursos de quarta-feira, 9 de julho de 1969, em L’Osservatore Romano de 10 de julho de 1969).
Bom dia para você e sua família!

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