Dn 9,4b-10; Sl 78(79),8.9.11.13 (R. Sl 102(103),10a); Lc 6,36-38

CULTIVAR A CONDESCENDÊNCIA

“Sede misericordiosos como vosso Pai também é misericordioso” (Lc 6,36-38).

Diante dessa perícope, Jesus nos exorta a seguirmos o exemplo do Pai. A misericórdia é dom da gratuidade de Deus, o livro das lamentações assim diz: “Os favores de Iahweh não terminaram, suas compaixões não se esgotaram; ela se renova todas as manhãs, grande é a sua fidelidade” (Lm 3,22). Que sejamos, portanto, dispensadores da misericórdia de Deus, sendo fonte da alegria e da paz. Imbuídos neste espírito quaresmal, possamos viver em conformidade com o agir de Deus em nossa vida através do jejum, oração e da caridade. Sejamos fagulha da misericórdia de Deus por onde passarmos.

(Caio Torres Vieira – Seminarista do 4º ano de Teologia / São Raimundo Nonato-PI)

REFLEXÃO

1. Que reflexão faço do Evangelho de hoje?

2. Consigo ser condescendente com os outros ou sou de julgar facilmente?

LEITURA ESPIRITUAL

Quanto mais mergulhamos na imensidão da bondade divina, mais adquirimos conhecimento de nós mesmos. As fontes da graça começam a abrir-se e as magníficas flores das virtudes começam a abrir-se. O primeiro, o maior, é o amor a Deus e ao próximo. Como esse amor pode ser aceso, exceto na chama da humildade? Porque só a alma que vê o seu próprio nada se ilumina com amor total e se transforma em Deus. E transformado em Deus por amor, como poderia deixar de amar igualmente todas as criaturas? A transformação do amor faz com que cada criatura ame com o amor com que Deus criador ama tudo o que criou. E mostra em cada criatura a medida excessiva do amor de Deus.

Transformar-se em Deus significa amar o que Deus ama. Significa alegrar-se e desfrutar dos bens do próximo. Significa sofrer e entristecer-se com seus males.

E como a alma aberta a estes sentimentos está aberta ao bem e só ao bem, ela não se orgulha de ver as faltas dos homens, nem julga ou despreza. Esses sentimentos impedem o orgulho que nos leva a julgar. E o leva a ver não só os males morais do próximo, sofrendo-os e tornando-os seus, mas também os males corporais que afligem a humanidade, e por causa do amor que a transforma totalmente, ele os considera como seus próprios males (Ângela de Foligno, Instruções).

AÇÃO

Para refletir: “No entardecer da vida, seremos julgados pelo amor” (São João da Cruz).

Bom dia para você e sua família!