“DESCER É O PRIMEIRO PASSO DA SALVAÇÃO”

LER

Lucas 19,2-10

“…Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa” (Lc 19,5).

Jesus chama Zaqueu pelo nome e o convida a descer, não apenas da árvore, mas do orgulho e da solidão. Ele deseja entrar na casa do coração humano, onde muitas vezes há desordem e medo. O encontro com Cristo revela que o verdadeiro olhar vem de quem nos ama e nos conhece. Descer, aqui, é aceitar ser alcançado. É abrir o espaço interior para a presença que cura e transforma. Jesus não espera que sejamos perfeitos, mas disponíveis.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).

MEDITAR

  1. Do que preciso “descer” para deixar Jesus entrar?
  2. Tenho permitido que Ele fique na minha casa interior?

COMPROMISSO

Acolha a presença de Cristo com simplicidade e alegria. (escreva no seu Diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

No caminho de Jericó há muita gente, mas apenas um emerge, embora “pequeno de estatura”. Como Zaqueu, somos sempre “pequenos”, embora nos acreditemos “alguém”, e, como ele, demasiado impedidos por uma multidão, que é o nosso mundo, do qual tomamos os juízos e as opiniões. Não são muitos os que estão desprendidos da sua própria “suficiência” e do modo comum de pensar do seu ambiente, de modo que podemos enumerá-los entre os homens livres e, consequentemente, entre os dispostos a aceitar qualquer convite da verdade. Isso é o que vemos Zaqueu fazer. Este, sem se importar com o nome, o censo ou o cargo, desafia o ridículo para ver Jesus, subindo, com a espontaneidade e a humildade de uma criança, a uma figueira, e assim reconquista essa inestimável liberdade pela qual pode ser ele mesmo também diante de Jesus. Os homens simples permanecem sempre livres e, como as crianças, que participam de algum modo no poder libertador do Filho de Deus, que é a simplicidade, nos ajudam a encontrar nossa liberdade. Zaqueu não se sente desconfortável nesse lugar em que está encurralado, não se incomoda com a multidão, que, à medida que Jesus se aproxima, se torna cada vez mais numerosa. Nem se importa. Ele se tornou criança (“Deixai vir a mim as crianças”), e quase teria vontade de cantar, se o Senhor não estivesse já chegando, por aquele caminho. A liberdade é o ar da caridade. “Ele correu à frente e subiu a uma figueira para vê-lo”. “Correr” e “subir” são duas modalidades da busca. Existe o risco da aventura e o risco de ser expulso, o que nos faz pensar no risco do grão de trigo que deve apodrecer se quiser germinar… O risco é, portanto, uma palavra cristã. Arrisca quem “tem fome e sede de justiça e de verdade”. Fui criado para “ver a Deus”. Zaqueu sobe na figueira para “ver a Jesus”. Aquele que o vê fora, se o viu dentro, então o vê em todos os lugares, em cada criatura, em cada nome.

(P. Mazzolari, Zaccheo, Vicenza 1960, pp. 19-26, passim).

Bom dia para você e sua família!